Minicontos
Ato nobre
Marz Oliveira
E então, num salto saiu do local com a mão direita suja, mas não era de sangue e sim de tinta de caneta esferográfica azul. Ao se deparar com um guarda que espreitava desconfiado seu movimento brusco e as suas mãos sujas. Pensou. Pois ao escrever é preciso deitar a mão sobre o papel e foi então que, aliviado, com a alma leve, sua consciência num suspiro lançou-lhe um insight profundo. Escreveu no guardanapo para não esquecer: escrever além de ser uma arte é uma atividade nobre. E deixou a repartição pública a caminho de casa.
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